Acessibilidade: Projetos pensados para a terceira idade

junho 1, 2011
Projeção feita pelo escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini para o Vila Dignidade desenvolvido pela Secretaria da Habitação e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O projeto consiste em vilas de até 24 casas adequadas à moradia de idosos
Projeção feita pelo escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini para o Vila Dignidade, desenvolvido pela Secretaria da Habitação e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O projeto prevê a construção de casas em um sistema de vilas afim de promover a reintegração de idosos à vida social
Vista geral do projeto de habitação para idosos Vila Dignidade em Avaré, interior de São Paulo. O empreendimento da Companhia de Habitação e Desenvolvimento Urbano (CDHU) e da Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo foi pensado segundo as diretrizes do chamado Desenho Universal que garante acessibilidade a todos
As áreas comuns do Vila Dignidade, empreendimento da CDHU que pretende oferecer moradia digna a idosos autossuficientes, têm rampas com inclinação de até 8,33% e corrimãos que facilitam a circulação dos moradores
Entre os equipamentos de uso coletivo está a area destinada a ginástica. Na praça ao ar livre, cadeiras com pedais e equipamentos para a fisioterapia são algumas das opções para os exercícios
Área externa do Vila Dignidade em Avaré destinada a jogos, com acesso por rampas e corrimãos que facilitam a circulação dos idosos. O projeto é composto por 22 casas, um salão de convivência e três áreas externas para atividades como jogos e exercícios físicos, além de descanso
Concebido a fim de resgatar a convivência social, o Vila Dignidade oferece moradia a idosos. Além das casas construídas em sistema de vila, o condomínio tem um salão (ao fundo) para festas e atividades como trabalhos manuais. Toda a estrutura é adequada ao acesso universal
Visão interna de uma das casas do Vila Dignidade em Avaré, interior de São Paulo. Os cômodos foram projetados para facilitar a circulação e há orientação na disposição dos móveis para evitar obstáculos e possíveis quedas
Recorte mostra a planta de uma casa do Vila Dignidade. No desenho é possível identificar as areas de manobra que possibilitam a circulação de cadeirantes
Planta baixa das unidades do Vila Dignidade da CDHU, projetado em parceria com o escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini. As casas são desenhadas duas a duas e construídas em sistema steel frame
Projeção feita pela Aflalo e Gasperini em parceria com a CDHU para a implantação do Vila Dignidade em Avaré/ SP. O sistema de ocupação periférica do espaço é adequável a diversos formatos de terreno. O condomínio de Avaré foi o primeiro a ser entregue em fevereiro deste ano
Projeção feita pela Aflalo e Gasperini em parceria com a CDHU para a implantação do Vila Dignidade previa o sistema de ocupação periférico que destinava a area interna do terreno a um espaço de convívio entre os moradores.
Fonte: http://atualidadesimobiliarias.blogspot.com/2010_03_01_archive.html

A idade vai chegar

junho 1, 2011

 

Se as pessoas viverão mais, a lógica

indica que se deve planejar a velhice.
Mas poucos querem pensar sobre isso


Por Gabriella Sandoval

Já que você tem a sólida possibilidade de chegar aos 80 anos, em decorrência do aumento da expectativa de vida do brasileiro , é preciso pensar seriamente no que fazer diante da perspectiva de sofrer de algum problema relacionado ao envelhecimento. Nem é preciso pensar em Alzheimer. Basta imaginar uma dificuldade motora ou mesmo a simples rabugice que em muitos casos pode tornar difícil a convivência com pessoas mais jovens. Segundo um estudo da professora de gerontologia da PUC-SP Ursula Karsch, 40% dos brasileiros com mais de 65 anos precisam de algum tipo de ajuda para realizar tarefas do cotidiano. Outro estudo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ainda inédito e em fase final de preparação, mostra que apenas 100 000 dos 2 milhões de idosos dependentes estão em instituições especializadas. “A sociedade não está preparada para cuidar do parente que envelhece”, afirma a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Ipea. “Muitos lares não têm sequer espaço físico, muito menos estrutura emocional e financeira para lidar com esse tipo de situação.” Por isso é tão freqüente haver brigas de família para saber quem vai cuidar do vovô – e muitos idosos simplemente perdem o direito a um endereço fixo, morando ora com um filho, ora com outro, sentindo-se um peso para todos.

Heudes Regis
Residência para idosos em Alphaville, São Paulo: novos condomínios para a terceira idade oferecem conforto e atividades físicas

A questão precisa ser encarada com realismo e respeito. Em alguns casos, despesas com medicamentos, enfermeiro e um bom plano de saúde podem atingir 3 000 reais mensais. Raríssimas são as famílias que podem despender esse dinheiro, e mais raro ainda é encontrar um plano de saúde que não tenha cláusulas escritas simplesmente para ejetar os idosos ao menor sinal de doença crônica. Para complicar, a saída mais comum, ter o idoso convivendo no meio da família, é geralmente causadora de muitos conflitos. Uma pesquisa da International Stress Management Association do Brasil indica que 40% das pessoas que têm de cuidar de idosos dependentes se sentem “usadas” e “injustiçadas” e 70% se desentendem com o cônjuge e os filhos devido à constante dedicação que a situação exige. “Um contratempo, como um dia sem enfermeiro, ou situações mais complicadas, como a convivência com os sintomas de Parkinson ou Alzheimer, podem acarretar um grande stress familiar”, alerta o geriatra Clineu Almada Filho, do Hospital Albert Einstein.

A primeira solução é a pessoa ter uma poupança ou aposentadoria que lhe permita continuar tomando decisões sobre o próprio destino mesmo com a idade bem avançada. A segunda passa pela destruição de um mito – o de que uma casa de repouso para idosos é um depósito de gente abandonada pela família. É óbvio que, enquanto a saúde permitir, todo idoso tem o direito de viver num endereço comum, de preferência em contato com os objetos e a vizinhança aos quais se habituou. Se, no entanto, os problemas da idade já não permitem que isso aconteça, mudar-se para um asilo pode ter vantagens maiores do que ocupar um quarto na casa de um filho. A primeira é a de conviver com pessoas com os mesmos interesses. Outra é a de ter amparo sem se sentir culpado. Uma terceira é a de ter convivência com filhos e netos não tão intensa a ponto de provocar conflitos.

Muito difundidos na Europa, mas já existentes também no Brasil, os condomínios para a terceira idade funcionam como casas de repouso de qualidade. Mais que um abrigo, os moradores encontram nessas instituições de longa permanência um lar – que pode ser mobiliado por eles próprios –, atendimento médico e ambulatorial, fisioterapia e atividades físicas. “A visão dos asilos como locais de abandono está com os dias contatos”, diz a pesquisadora Ana Amélia, do Ipea. A mensalidade de um desses condomínios custa a partir de 2 000 reais, mas pode chegar a 7 000 reais conforme os serviços oferecidos.